Todo ano novo traz consigo a energia da renovação, dos novos ciclos. É nessa época que fazemos planos novos, promessas, e nos propomos a fazer diferente para o ciclo que se inicia.

Mas por que fazemos isso?

O Ano Novo e os novos ciclos

Ano novo, vida nova! Dizem.

A verdade é que a esperança se faz presente nessa época do ano. Isso porque finalizamos um ciclo e fazemos muitos novos planos para o ano seguinte.

Nos parece que um mundo de possibilidades se abre. E nesse período, todas as energias são direcionadas à renovação.

Claro que nem sempre os anos foram contados com base no calendário gregoriano, mas hoje existe uma grande egrégora dos inícios nesta época, isso porque praticamente o mundo inteiro está comemorando esta passagem quase que ao mesmo tempo, o que potencializa muito a energia do período.

E assim, alimentamos essa energia todos os anos quando brindamos, fazemos novos planos e pulamos as 7 ondas na praia.

Cada um tem seus próprios rituais, mas todos se conectam nessa mesma ideia de renovação.

O Deus Jano e os inícios

Existem muitas divindades que representam este ciclo de renovação, os inícios e os fins das coisas. Mas nesse post resolvemos falar de Jano, o Deus romano nas mudanças e transições.

Jano exerce seu poder sobre todos os começos, e sua figura é relacionada ao símbolo das portas, que representam a entrada em uma nova realidade, um novo ciclo.

Trata-se de um Deus de face dupla, uma jovem e uma anciã, e por isso é associado ao passado e ao futuro. Além disso, traz também a ideia da vitalidade jovem combinada à sabedoria ancestral.

"Nas representações artísticas, Jano é muitas vezes representado como uma figura masculina com barbas e outras sem ela. Comum é o fato deste estar constantemente representado por duas faces que olham em direções opostas. Existem porém outros modelos com quatro faces."

A visita ao passado e a ancestralidade

A cada início temos um impulso de olhar para o passado, compreender o que aprendemos com o ciclo que se passou, o que evoluímos, o que erramos, o que podemos melhorar e o que levaremos na memória.

Quanto mais buscamos nos conhecer, mais tentamos nos conectar e destrinchar todos os simbolismos da nossa história e de nossa família nessa vida.

Por vezes vamos mais fundo, por vezes ficamos na superfície. Mas nos cabe, sempre que possível, mergulhar um pouco mais.

Estudar a ancestralidade é uma forma de compreender mais sobre o que nos trouxe até aqui e o porque alguns ciclos se repetem ano a ano sem que consigamos escapar deles, sem que possamos realmente nos renovar.

Porque renovar-se não é algo automático, que acontece naturalmente no início de cada ciclo. É um ato voluntário, que exige ação, e não apenas intenção.

É preciso que se disponha a crescer e enfrentar as batalhas que virão. É preciso agir diferente diante daquela prova que acontece repetidamente, mas que sempre respondemos da mesma forma.

Não há como esperar resultados diferentes se agirmos da mesma forma sempre, não é?

Então, o ano novo só trará vida nova se você se renovar, se você abandonar velhos padrões, se você de fato agir diferente.

É preciso passar pela porta de Jano, e carregar consigo a sabedoria adquirida no ciclo anterior, para não repetir os mesmos erros eternamente.